Nas origens do Protestantismo

Henrique VIII

Inglaterra, 1533: o Rei Henrique VIII decidiu que não queria mais manter o casamento com Catarina de Aragão. Separou-se dela e casou-se escondido com Ana Bolena. Foi o primeiro dos cinco divórcios. Henrique VIII casou-se, portanto, seis vezes. Traindo e mesmo executando as esposas de que enjoasse. No entanto, nesse primeiro divórcio, o ainda católico Henrique, quis que a Igreja abençoasse seu pecado, considerando nulo o primeiro casamento para, enfim, validar o segundo. A Igreja Católica Apostólica Romana, seguindo as “caretices” típicas de São João Batista, negou o pedido dele, reforçando que a situação do rei era de pecado. Tudo teria acabado por aí se Henrique VIII não fosse ninguém menos que o rei mais poderoso que a Inglaterra já teve. E esse rei, percebendo que por mais poder que tivesse não teria o Catolicismo curvado a seus desmandos, decidiu separar-se da Igreja, autoproclamando-se chefe da igreja da Inglaterra. O, assim chamado, Ato de Supremacia, de 1534, afirmava que “o Rei era o único Chefe Supremo na Terra da Igreja da Inglaterra". Outro ato, denominado Ato de Traição, do mesmo ano, castigava com a morte o não reconhecimento da autoridade do rei. As terras da Igreja, frutos de doações de católicos ao longo de quase mil e quinhentos anos, situadas na Inglaterra, foram confiscadas. As doações dos católicos que permaneciam fiéis, já não podiam ir para Roma.

As consequências não pararam por aí. O bispo que negou o pedido do rei (de nulidade matrimonial), chamado John Fisher (hoje e para nós, São João Fisher) foi encarcerado na Torre de Londres juntamente com o chanceler e braço direito do rei, o católico Thomas Morus (São Tomas Morus ou More, conforme tradução). Ante a insistência na negação de ambos em reconhecer como legítimos os pecados, assassinatos e a divisão na Igreja promovidas por Henrique VIII, foram executados.

Foi portanto, à custa de imoralidades e muito sangue que Henrique VIII separou-se da Igreja. Mais tarde a própria Ana Bolena, sua segunda esposa e causa do embate com o Catolicismo, foi por ele executada. A Inglaterra, após alguns anos turbulentos, foi-se estabelecendo como uma nação protestante. Protestantismo esse que difundiu-se sobremaneira, com a colonização norte-americana. Cabe ressaltar aqui que foi a partir dos Estados Unidos que eclodiram as igrejas pentecostais e neopentecostais que hoje tomam conta de cada uma de nossas esquinas, mundo afora. A linha é lógica e histórica: nada disso teria acontecido não fosse o devasso e sanguinário Henrique VIII. Os cristãos, com todos os seus pecados e culpas, estariam unidos como estiveram por mais de 1500 anos, sob a autoridade da única Igreja fundada por Jesus Cristo. É confortante saber que nossa Igreja Católica possui esses cerca de dois mil anos de história. Consola-nos saber que nosso fundador não é um pecador, mas o próprio Cristo. Entretanto, esse blog dirige-se aos católicos e é interessante notar que nenhuma dessas divisões teriam acontecido se fôssemos santos. Satanás seria incapaz de dividir um povo santo. Foi por causa dos pecados dos católicos... Essa foi a brecha dada... que Martinho Lutero, aliando-se à burguesia, rompeu com Roma dando início ou, ao menos inspirando, todos os separatistas que se seguiram após ele, como foi o caso do devasso Henrique VIII. Portanto, católicos, cuidemos de nossa caminhada, lutemos para sermos irrepreensíveis, santos. Rezemos, vigiemos e não esmoreçamos! Pois o inimigo sempre se aproveita dos pecados dos filhos da Igreja para atacar essa obra eterna do Filho de Deus: a Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja!

Na paz de Jesus e no amor de Maria,

Jeansley de Sousa

Post-Scriptum 1:

- Ora, Jeansley, como você afirma que a DIVISÃO é fruto do PECADO dos católicos e agora, contraditoriamente, afirma que a Igreja é Una e Santa em vez de Dividida e Pecadora?

- Taí... um bom tema para um futuro artigo, mas quem puder e quiser já pode ir pesquisando.

P.S. 2

Escrevi esse artigo hoje, tão próximo do anterior, pois é hoje o dia em que a Igreja celebra a memória dos Santos Mártires Thomas Morus e John Fisher. A quem pedimos que, do Céu, roguem por nós a Deus.